Pensei muito nele recentemente. Tentando racionalizar os ensinamentos recentes da vida, lembrei de um trechinho do livro:
"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."
Algo difícil no atual império da superficialidade. Chamamos de amigos e amores aqueles que mal conhecemos. Mas não era bem sobre esse aspecto que eu queria me debruçar.
Vamos lembrar do livro: O pequeno príncipe vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto (algo como a minha quitinete de 26 metros quadrados).
Tinha também uma formosa flor de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a tranqüilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a começar uma viagem que o trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos quais conseguiu descobrir o segredo do que é realmente importante na vida.
É...não adianta queremos mostrar pra alguém o que realmente é importante na vida.
Cada um vai construindo sua verdade à sua maneira. E isso é auto-conhecimento. Não por manuais de auto-ajuda, mas pela reflexão constante (ideal que fosse leve) sobre o que se nos acontece e rodeia. É viver conscientemente o passar do tempo.
Dito isso, algumas constatações: nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas e esses julgamentos nos levam à solidão. Nos entregamos a nossas preocupações diárias, nos tornamos adultos de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos. E não precisava do livro para nos lembrar que a rosa tem uma vida curta...
Assim veio a minha total sintonia com o trechinho do livro:
"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."
9 comentários:
A superficialidade, o receio de ser quem somos, de nos mostrar, o trancar o coração com as decepções, o afeto e o cuidado, e tantos outros temas nesse seu texto falam comigo.
Reli o Pequeno Princípe. Gosto muito.
Obrigada pela visita. Vou ler mais por aqui.
Fiquei com receio de não gostar da invasão.
Valeu a dica do pôr-do-sol.
bjs
Oi,
Vamos as fotos:
a lua e o sol nascendo são da varanda do meu apartamento.
a do mar é do Rio de Janeiro.
o pôr-do-sol é em Niterói.
a choupana é na praia de Tamandaré aqui em Pernambuco. Uma praia linda.
Conhece Pernambuco?
Gostei da sua visita.
abraços
Não acredito que são os julgamentos que levam a solidão, visto que somos sempre sozinhos. Julgamentos são necessários, o problema é só quando você os deixa aparecer. Julgar faz parte do processo de auto-conhecimento. Que difícil seria evoluir sem você firmar opinião em cima de nada (criar julgamento). O grande problema está nas pessoas, não vivem os valores como puro valor. Vivem como coisas. Não vivem sentimento como sentimento. Não vivem as coisas em sua essência.
Por isso o império da superficialidade, quando não se tem muito de nada, se tem pouco de tudo.
Olá, Zéfiro!
Se vc ler uns posts antigos, já escrevi muito sobre isso: nascemos e morremos sozinhos. Acho que é a única certeza q temos da nossa vida.
Essa solidão do livro não é a de ter alguém do lado. É uma metáfora. É o afastamento, é o desconhecimento, a ignorância e preconceito que não unem.
E, claro, é fundamental termos nossas opiniões (julgamentos) sobre as coisas. Seria um saco não ter opinião sobre nada. (o oposto também é, admita!)
Mas sempre há os julgamentos q só servem para separar. Não é uma questão de manifestá-los ou não. Se vc reler o parágrafo que trata disso, vai perceber que o julgamento ao qual me referi é aquele decorrente da avaliação errada das coisas. Esses julgamentos equivocados decorrentes da avaliação das coisas e das pessoas é que nos levam à solidão.
Enfim... besteira?
:)
A Rachel de Queiroz tem uma crônica das melhores que fala quase que literalmente isso que você escreveu na resposta. "A gente nasce e morre só". Queria lembrar o nome da crônica, até procurei, mas não lembro. Aliás, é uma das frases mais famosas dela.
...e eu achando que tinha sido original! hauhauah
Não conheço não, Felipe
Penso que o problema não é tanto julgar, mas julgar demais o que mereceria esquecimento, dar importância demais a coisas que seriam pequenas perto de outras. Concordo plenamente: avaliação errada das coisas.
queria estar assim otimista em relação ao amor...
me sinto como se tivesse gastado tudo. sem direito a troco algum.
snif, snif...
Valmont, obrigado por me fazer sentir menos sozinho neste meu modus operandi.
Maíra, ultimamente também estou me sentindo assim, mas é temporário, tenho certeza. Vamos tomar uma tacinha de prosseco que isso passa!
Beijão e obrigado pela visita!
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