quarta-feira, 11 de março de 2009

Le Petit Prince

Pensei muito nele recentemente. Tentando racionalizar os ensinamentos recentes da vida, lembrei de um trechinho do livro:

"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."


Algo difícil no atual império da superficialidade. Chamamos de amigos e amores aqueles que mal conhecemos. Mas não era bem sobre esse aspecto que eu queria me debruçar.

Vamos lembrar do livro: O pequeno príncipe vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto (algo como a minha quitinete de 26 metros quadrados).

Tinha também uma formosa flor de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a tranqüilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a começar uma viagem que o trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos quais conseguiu descobrir o segredo do que é realmente importante na vida.



É...não adianta queremos mostrar pra alguém o que realmente é importante na vida.
Cada um vai construindo sua verdade à sua maneira. E isso é auto-conhecimento. Não por manuais de auto-ajuda, mas pela reflexão constante (ideal que fosse leve) sobre o que se nos acontece e rodeia. É viver conscientemente o passar do tempo.

Dito isso, algumas constatações: nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas e esses julgamentos nos levam à solidão. Nos entregamos a nossas preocupações diárias, nos tornamos adultos de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos. E não precisava do livro para nos lembrar que a rosa tem uma vida curta...


Assim veio a minha total sintonia com o trechinho do livro:
"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."

9 comentários:

Paula Barros disse...

A superficialidade, o receio de ser quem somos, de nos mostrar, o trancar o coração com as decepções, o afeto e o cuidado, e tantos outros temas nesse seu texto falam comigo.

Reli o Pequeno Princípe. Gosto muito.

Obrigada pela visita. Vou ler mais por aqui.

Fiquei com receio de não gostar da invasão.

Valeu a dica do pôr-do-sol.

bjs

Paula Barros disse...

Oi,
Vamos as fotos:
a lua e o sol nascendo são da varanda do meu apartamento.
a do mar é do Rio de Janeiro.
o pôr-do-sol é em Niterói.
a choupana é na praia de Tamandaré aqui em Pernambuco. Uma praia linda.

Conhece Pernambuco?

Gostei da sua visita.

abraços

Anônimo disse...

Não acredito que são os julgamentos que levam a solidão, visto que somos sempre sozinhos. Julgamentos são necessários, o problema é só quando você os deixa aparecer. Julgar faz parte do processo de auto-conhecimento. Que difícil seria evoluir sem você firmar opinião em cima de nada (criar julgamento). O grande problema está nas pessoas, não vivem os valores como puro valor. Vivem como coisas. Não vivem sentimento como sentimento. Não vivem as coisas em sua essência.
Por isso o império da superficialidade, quando não se tem muito de nada, se tem pouco de tudo.

Silvio Garcia Martins Filho disse...

Olá, Zéfiro!
Se vc ler uns posts antigos, já escrevi muito sobre isso: nascemos e morremos sozinhos. Acho que é a única certeza q temos da nossa vida.

Essa solidão do livro não é a de ter alguém do lado. É uma metáfora. É o afastamento, é o desconhecimento, a ignorância e preconceito que não unem.

E, claro, é fundamental termos nossas opiniões (julgamentos) sobre as coisas. Seria um saco não ter opinião sobre nada. (o oposto também é, admita!)

Mas sempre há os julgamentos q só servem para separar. Não é uma questão de manifestá-los ou não. Se vc reler o parágrafo que trata disso, vai perceber que o julgamento ao qual me referi é aquele decorrente da avaliação errada das coisas. Esses julgamentos equivocados decorrentes da avaliação das coisas e das pessoas é que nos levam à solidão.
Enfim... besteira?
:)

Felipe Rosa disse...

A Rachel de Queiroz tem uma crônica das melhores que fala quase que literalmente isso que você escreveu na resposta. "A gente nasce e morre só". Queria lembrar o nome da crônica, até procurei, mas não lembro. Aliás, é uma das frases mais famosas dela.

Silvio Garcia Martins Filho disse...

...e eu achando que tinha sido original! hauhauah

Não conheço não, Felipe

BG. disse...

Penso que o problema não é tanto julgar, mas julgar demais o que mereceria esquecimento, dar importância demais a coisas que seriam pequenas perto de outras. Concordo plenamente: avaliação errada das coisas.

Princess Deluxxe disse...

queria estar assim otimista em relação ao amor...
me sinto como se tivesse gastado tudo. sem direito a troco algum.
snif, snif...

Silvio Garcia Martins Filho disse...

Valmont, obrigado por me fazer sentir menos sozinho neste meu modus operandi.

Maíra, ultimamente também estou me sentindo assim, mas é temporário, tenho certeza. Vamos tomar uma tacinha de prosseco que isso passa!

Beijão e obrigado pela visita!