quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Amor?


Algum psicólogo ou entendido do assunto de plantão aí?

São muitas as formas de amar, é verdade, e por isso ninguém há de me contestar. Umas simples, naturais, leves... outras exigentes, obsessivas. Muitas vezes, acho que quase sempre, uma mistura de 'estilos'.

Vou usar este cantinho de confessionário (de novo).
Eu admito não ser muito bom nessa matéria. Tudo começa bem e tal... até o dia que eu começo a questionar se sou realmente amado. Será que essas declarações de amor não são apenas momentos de impulso? Será que esse carinho não é fruto de um momento de carência que faz seu portador encontrar em mim breve porto seguro? Será verdade? Será mentira? Será? Será? E é então que as outras coisas começam a desmoronar, enquanto eu fico tentando ler mentes e interpretar silêncios (ou, às vezes, simples omissões).

Como hoje em dia raramente temos paciência e disposição para quaisquer coisas além dos nossos problemas, que já não são poucos, a solução encontrada tem sido a mais fácil. Tudo isso porque não tive as confirmações que quis para dúvidas que provavelmente eu mesmo inutilmente criei!

Racional? Sei que não. Mas se eu sinto, o que fazer? Ignorar o sentimento? Se for para ser racional, fico eu com meus livrinhos, meu piano, um cinema dia sim, dia não, os amigos. Mas não... quero algo que até hoje não vi ninguém alcançar. Nunca vi nada parecido. Espero conseguir, aprendendo e ensinando, a dois, pois ninguém precisa se submeter às amarras desse meu ideal.

Pronto, falei. Ou melhor, escrevi.

5 comentários:

Anônimo disse...

Não pretendo responder suas perguntas, só quero dividir uma impressão que eu tenho. Acho que o amor é insegurançofágico. Precisa do incerto pra existir e pra crescer. O que eu percebo é que quando as coisas estão muito óbvias, fáceis e determinadas, o interesse some. Por quê? Bom, sei lá, deve ter várias respostas em psicologuês, mas não consigo deixar de achar que nós humanos somos meio bobos mesmo. Tudo masô. Por isso não se vê por aí, como você mesmo disse, esse relacionamento ideal que você quer. E pensa bem, não seria um tanto chato?

Alexandre Magno disse...

Ah o amor! Tão confundido e, mais daz vezes, totalmente desconhecido. O amor talvez seja construção. A paixão é sempre explosão. É a paixão que nos tira o ar, nos inunda de suores e dúvidas... São torrentes, avalanches e cataclismas que a paixão traz e "retraz"... A pergunta que me faço, além das mesmas que vc faz no seu post, é o por quê nos entregamos a ela? Já que os scripts são tão parecidos...Eu desconfio que a resposta está no desafio de tentar transformá-la no que achamos que seja o amor. E essa busca tem sua cota de paraísos, mas tb de infernos, mas nunca de purgatórios! Só que, penso, são raros aqueles que suportam o Amor!

"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome." (João Cabral de Melo Neto)

Silvio Garcia Martins Filho disse...

Anônimo,
Tenho pensado que, como acontece com quase tudo ao longo da vida, o importante não é alcançar o que queremos, mas 'caminhar' até lá (achei em um dicionário de psicologuês). Pelo menos isso hoje me deixa um pouco mais tranquilo. Ou menos ansioso, sei lá.

Caro Alexandre,
Obrigado pelo seu comentário. Gostei muito!
Às vezes me pergunto, entretanto, se a paixão acaba quando começa o amor ou se eles podem coexistir. Não há como cultivar um pouquinho essa paixão ao longo da vida a dois não? Eu acho que sim, sabia? Tenho meus palpites sobre o assunto.
Agora... Pq nos entregamos? Boa pergunta! A tese do desafio é boa. Mas acho que tem um pouco de instinto também. E/ou de vontade de querer e de fazer o bem para um alguém que vc julga especial. Vou levar essa de dever de casa. :)

Abraços!

Felipe Rosa disse...

Eu sou (semi)psicólogo, mas pra que mesmo você pediu minha presença?

De Psicologuês mesmo só tenho a dizer que o que conta é o todo, o concreto e não o essencial. Esse é um postulado, pelo menos na minha corrente teórica, que eu tenho visto cada diz mais útil. A gente perde muito tempo no "mundo das idéias" e pouco no que tá acontecendo diante dos nossos olhos. Esse pelo menos é a primeira coisa que vem como hipótese pelo seu relato.

Discordo dos teus leitores. Devo escrever algo sobre o amor por esses dias, sobre amores verdadeiros, amores incondicionais (que, por acaso, é a pior declaração de amor que alguém pode receber).

Um abraço!

Felipe Rosa disse...

Eu sou (semi)psicólogo, mas pra que mesmo você pediu minha presença?

De Psicologuês mesmo só tenho a dizer que o que conta é o todo, o concreto e não o essencial. Esse é um postulado, pelo menos na minha corrente teórica, que eu tenho visto cada diz mais útil. A gente perde muito tempo no "mundo das idéias" e pouco no que tá acontecendo diante dos nossos olhos. Esse pelo menos é a primeira coisa que vem como hipótese pelo seu relato.

Discordo dos teus leitores. Devo escrever algo sobre o amor por esses dias, sobre amores verdadeiros, amores incondicionais (que, por acaso, é a pior declaração de amor que alguém pode receber).

Um abraço!