quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Das gentilezas

Não sei vocês, mas quando alguém insiste em me pedir algo tipo presente de aniversário (que ainda nem chegou) ou então se pergunta repetidamente se eu gosto ou amo ou senti saudades ou se ele/a fez falta, eu perco o tesão total.

Me dei conta disso depois de tantas vezes a minha faxineira me pedir uma bolsa, ou isso ou aquilo, porque o aniversário estava chegando, dela ou do filho ou da filha ou do vizinho. Como se eu tivesse obrigação de dar algo. Não tive nem vontade de ir atrás do tal presente.


Também me frustro com frequência aguardando gentilezas que nos deveriam ser dadas por livre e espontânea vontade, aqueles pequenos gestos que muitas vezes esperamos inutilmente. Uma porta aberta, um 'você primeiro', um 'hoje eu pago', um 'você está precisando de algo?', 'Está tudo bem?'. Não perguntas ou discursos retóricos, mas gestos de fato. Não adianta nada você perguntar se a outra pessoa quer um gentileza. Simplesmente faça, oras!

Pronto, desabafei.

Teste: Nihil durare potest tempore perpetuo.

Faça o seguinte: Perca todos os números do seu celular, folhas da agenda com eventuais números guardados, endereços de e-mail e trabalhe compulsivamente 10 horas por dia, deixando pouco tempo livre para diversão. Deixe passar uns dois meses nesse ritmo.

Quantas pessoas te ligaram só para dar um 'alô' ou escreveram um 'oi'?

Guardamos tantos números e dados desnecessários. É preciso um acidente como perder o celular para se dar conta disso. Mas, no meu caso, fui um pouco além. Percebi também que, de tempos em tempos, é bom 'recadastrar'. Vocábulo roubado de uma amiga que vocês não conhecem não que, basicamente, resume o fato de que nem amigos são para sempre. É preciso recadastrar aqueles que estão na categoria 'amigos' só por força do hábito, enquanto alguns novos colegas tanto se esforçam para demonstrar carinho e preocupação, o que os faz merecedores de um upgrade.

Recadastrando aqui.